07/06/2024
Os efeitos da chuva e da enchente que atingiram o RS em maio de 2024 ainda serão sentidos por um longo tempo. Experimentamos uma das maiores crises emocionais, sociais e econômicas do Estado. A história passou bem diante dos nossos olhos.
Embora atenda clientes em todo Brasil, a República tem sua sede e quase toda equipe no Rio Grande do Sul. No auge da crise, alguns saíram de casa para proteger a si e sua família. Outros contribuíram doando tempo e recursos para ajudar as vítimas da tragédia. Felizmente, todos estão bem.
Não foi fácil produzir em meio ao caos dos últimos dias. Somos gratos pela paciência, compreensão e apoio dos nossos clientes e parceiros.
A seguir, confira nosso posicionamento pós-enchente, publicado primeiramente em nossas redes sociais.
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Há coisas que o tempo não apaga, o vento não leva, os olhos não esquecem. Há coisas que rebentam e ecoam indefinidamente. As marcas das águas de 24 vão perdurar.
Não o seu rastro físico. Esse já se vê, de pouco em pouco, sendo diluído no sol, transformado em nuvem, recoberto pelo cimento e o tijolo que se farão necessários, pelo mutirão que pautará os dias e o restante da década. Por dentro de cada um, entretanto, elas seguem.
Por dentro, ainda chove. Por dentro, ainda inundamos.
A grande vantagem é que a habilidade da água é adaptar-se. O fogo elimina, o ar se dissipa, a terra resiste. Já a água se acomoda, redimensiona-se, inventa seu caminho.
As águas de 24, as tristes águas de 24, também vão encontrar lugar em cada um de nós. Naqueles que perderam ou fugiram, naqueles que ajudaram ou resistiram. Todos. Elas não sairão mais daqui.
Serão premidas pelo futuro, disputarão espaço com os fatos, irão se esgueirar entre o trabalho, os aniversários e os sorrisos, escorrer por entre tijolos, cimento, mutirões e esperança. Mas não vão embora.
Irão, sim, nos remoldar. De modo compulsório, irão nos redefinir. Ao Rio Grande, às famílias, a você. À República.
Ao cabo, nos resta sermos água. E seguirmos nosso curso.