Por LEONARDO PUJOL
24/04/2025
A presença do AI Overview – resumo feito por inteligência artificial (IA) após uma pesquisa no Google, que aparece logo acima dos resultados tradicionais – está diretamente ligada a uma redução média de 34,5% na taxa de cliques (CTR) para a primeira posição orgânica. Essa foi a constatação de um estudo da Ahrefs, divulgado em abril de 2025.
A pesquisa considerou 300 mil palavras-chave para comparar o CTR da primeira posição entre março de 2024 (antes da implementação ampla do AI Overview) e março de 2025 (após implementação).
A descoberta foi uma diferença significativa (a queda de 34,5%) entre o CTR previsto (0.040) e o real (0.026).

Presença do AI Overview está ligada a uma queda média de 34,5% na taxa de cliques (CTR) para a primeira posição orgânica. Arte: Ahrefs.
No Brasil, a Conversion fez um levantamento parecido que confirmou a tendência global de queda do CTR para os resultados orgânicos.
Em sites de conteúdo informacional, como Globo.com e UOL, a queda do CTR foi 31,47% e 35,42%, respectivamente. O levantamento comparou os resultados de março/2024 e de março/2025 para 26.486 palavras-chave do Globo.com e para 30 mil do UOL.
Ao tentar replicar o estudo com o Mercado Livre, um dos maiores e-commerces do Brasil, a amostragem ficou abaixo de 1.500 palavras-chave — “o que reforça nossa hipótese de que o impacto em sites de comércio eletrônico é significativamente menor”, diz a Conversion.
Para a agência de SEO, o AI Overview afeta principalmente conteúdos informativos e institucionais – já que o objetivo da IA é justamente responder perguntas informativas.
Queda do CTR exige estratégia de conteúdo e SEO
Os estudos aqui mencionados sugerem duas coisas:
- A quantidade de cliques menor é o novo normal na internet.
- A redução dos cliques reforça ainda mais a importância da autoridade de domínio e da qualidade do conteúdo.
Sobre o primeiro ponto, é importante considerar que “dar um Google” ainda será relevante para os usuários encontrarem o que procuram – quer a resposta apareça em listas de links clicáveis ou em interfaces conversacionais.
“Atualmente, mais vale ser mencionado como fonte de respostas de IA (mesmo sem receber o clique) do que obter cliques menos qualificados”, diz a análise da Conversion.
E é justamente por isso que o conteúdo de qualidade e SEO ainda são mandatórios – algo que a República já previa mais de um ano atrás.
Isso porque as respostas do AI Overview (produzidas pelo Gemini) ou do ChatGPT não permitem a interferência de anúncios, por exemplo. Isso significa que o conteúdo orgânico é a fonte primária da inteligência artificial.
Na prática, as repostas do AI Overview são resultados de conteúdo, atrelados à reputação de marca e ao uso de dados estruturados da melhor forma possível – leia-se SEO. Mas não aquele SEO do passado, excessivamente técnico e sem branding.
De acordo com a Conversion, a nova era do SEO exige a criação de conteúdo com expertise, o fortalecimento da marca e a elaboração de métricas de avaliação de desempenho que possam ir além da taxa de cliques.
Se o marketing da sua empresa ou organização depende de conteúdo informacional e institucional, uma revisão de estratégia é imperativa.
A era do clique mudou. Sua estratégia de conteúdo também precisa mudar. Para produzir conteúdo de qualidade para seu site ou blog, fale com a República.